Já estamos a chegar ao final de Fevereiro e o tempo não parece acalmar-se. Aliás, parece que está super confuso e moody, tanto lhe dá para brilhar um sol abrazador que nos faz suar dentro do nosso knitwear, como faz chover granito e arruinar cabelos em 3 segundos.
Ainda sou do tempo em que no início de Março se começavam a ver andorinhas em bandos pelo ar. Sabíamos que a Primavera estava aí. As estações eram certinhas e distintas. O Verão era cheio de noites agradáveis e havia meses próprios para a chuva.
Agora, tudo é imprevisível. Tudo. O fim do mundo está próximo de certeza, os trovões que ontem me fizeram tremer a casa, não me pareceram coisas da mãe natureza. Pareciam pequenos monstros a invadir a cidade.
Quando eu era pequena, nas mudanças de estação, a minha mãe guardava a roupa toda da estação que tinha passado num grande baú e metia no roupeiro a da nova estação. Hoje em dia, os closets dão imenso jeito por isso mesmo, está tudo ali à mão todo o ano, porque tanto podemos ter um dia de inverno gélido, como um dia solarengo e tropical.
E é tão interessante como os designers também estão atentos a isso. Já é uma confusão imensa apresentar coleções 6 meses antes do seu lançamento, mas ainda é mais estranho, quando apresentam casacos de pêlo para a coleção de Primavera/Verão ou calções para o Outono/Inverno. Mas realmente as estações já se misturam e o objectivo é, também, a venda global, tanto aos senhores esquimós, como aos nativos das ilhas caribe.
Já o Camões sabia que os tempos estão sempre a mudar e que as vontades se adaptam, mas tenho saudades do tempo em que as estações chegavam mesmo dia 21.
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