Ainda sobre a Haute Couture


 
Os desfiles de Paris são sem dúvida um daqueles sonhos guardados na gaveta. Seria a semana da moda que eu escolhia sem pensar duas vezes. Então a da Haute Couture é literalmente um conto de fadas para quem experiencia aqueles desfiles intímos e especiais.

A Maison Martin Margiela ainda deve ter o rei na barriga com a coleção da H&M, então decidiu provocar ao máximo com uma coleção de confeção elevadíssima, pormenores incríveis e peças lindíssimas. Mas as modelos vinham com a cara tapada com lenços, coitadinhas. Será que ensaiaram como o karate kid? A fazê-lo sem ver? Isto dos conceitos é muito engraçado mas espero que ninguém se tenha asfixiado.

Valentino também se veio gabar das horas e horas de trabalho na organza, no artesanato das peças. E o resultado foi sem dúvida, mágico. As peças são tão leves que parecem que não deram trabalho nenhum.

Jean Paul Gaultier não surpreendeu. Com inspirações overrated e cortes repetidos, se tivesse no Project runaway era logo posto a andar. Mas se calhar também tem a ver com o facto de eu nunca o ter perdoado.

Elie Saab sabe. A sua imagem de marca manteve-se, vestidos compridos hollywoodescos e trabalhos incríveis com pedras e rendados. Se fosse eu arriscava um bocadinho mais nas cores, mas o branco, azul, lilás e pérola assentam ali que nem gingas e no final surpreende com o preto e o vermelho.

Armani Privé costumo gostar muito. Mas desta vez afastaram-se um pouco do dreamy e fizeram uma fusão de Art Deco e Aladino. E eu não gosto daqueles chapéus com a roupita.

Chanel é sempre Chanel. E a Coco deve estar a dar voltas na campa com as coisas que o Karl faz e diz. Com influências no romantismo alemão, até apareceram duas noivas no final em defesa do casamento gay? É difícil de acreditar que este homem tem idade para ser nosso avô, parece que nunca sabe bem onde está, mas não é senil de todo, pelo contrário, tem visão para dar e vender.

A Christian Dior veio com a conversa do conceito Rebirth da primavera, mas para mim é só um update da coleção de Primavera. Mas tudo bem, gosto na mesma.

E podia estar aqui infinitamente a falar das coleções mas a verdadeira surpresa desta edição foi sem dúvida o recém chegado à couture Alexis Mabille. A passerelle em baby pink convenceu-me logo. Mas a palete rica de cores, a estrutura de todo o desfile, o detalhe dos materiais usados e, claro, a obsessão com os laços. Pelos vistos, a Dita Von Teese é uma grande amiga e vai muitas vezes ao atelier buscar vestidinhos, espero um dia também ser.
 




 

1 candies:

  1. Esse último desfile foi uma surpresa autêntica! Não conhecia, mas já fiquei de olhos vidrados..

    <3
    http://zazzish.blogspot.pt/

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