Couture War


Confesso que ando um bocadinho distraída com os meus projectos e trabalhos e só no próprio dia (ontem), por intermédio cibernético, é que me lembrei que era a “semana” da haute couture (gritinho de entusiasmo!). Isto nem parece meu, é a minha semana da moda preferida, god damn it.

 



 
E o evento ainda vai a meio, mas já deu tanto que falar. Alguns dos meus desfiles preferidos já aconteceram, como Christian Dior e Giambattista Valli repletos de vestidos lindíssimos, Ulyana Seergenko com mais uma coleção de sonho. Alexandre Vauthier com vestidos estruturalmente tão bem construídos. O Atelier Versace e Armani Privé com peças metalizadas e esvoaçantes. E sem dúvida que me casava num Alexis Mabille azul céu.
 
 

Agora houve duas casas que se destacaram imenso e originaram um zum zum gigante. A Chanel já é habitual, Karl Lagarfeld voltou a surpreender, manteve o desfile de 45 looks de clássicos reinventados, com tweeds, transparências, brilhos e pormenores de luxo que deliciam a vista de imediato, mas desta vez, todas as modelos usaram ténis! Pois, ténis. Alguns looks remetiam para o look sporty mas sinceramente não sei se era o mais adequado para uma coleção de alta costura (mixed feelings!). Mas quem sou eu para criticar o senhor veterano que virou uma casa de pantanas com a sua visão única. Imagino sempre a senhora Coco no céu a gritar a cada desfile em francês “noooooon”. E não é que eu não o adore, porque graças a ele é que eu adoro a Chanel, convenhamos, só aqui entre nós, a senhora Coco só fazia coleções chatinhas. Mas pronto, não sei se gostava de deixar um legado com uma visão específica e deixarem um sinhor mudar tudo, tudo. Nunca vi uma marca mudar tanto e ninguém dizer nada à cerca do assunto.

Agora o que veio mexer com o panorama foi o reaparecimento da maison Schiaparelli, que não tinha um desfile desde 1954 (ainda o meu pai não tinha nascido). Um dos principais nomes nos anos 30 e 40, ficou conhecida na indústria como a principal rival da Coco Chanel. Conhecida por criações inéditas na altura e de alguma extravagância, é uma inspiração do passado constante em livros de moda e nos moodboards dos designers actuais.
 

 
Ao longo dos anos, algumas colaborações e exposições deixaram no ar se o reaparecimento da marca iria acontecer e haviam imensos rumores de quem a conseguiria ressuscitar. E finalmente aconteceu, o escolhido Marco Zanini, criador e fundador da casa ROCHAS e com uma experiência avassaladora em casas como Versace e D&G, optou por uma coleção com um espirito nostálgico, recriando elementos conhecidos da marca Schiaparelli. Brocados, aplicações, muitos padrões e drama. Marco admite que se conteve para não esgotar já uma marca que tem um passado de inspiração infinita. Dizem que captou muito bem o sentido estético da estilista e mais importante, o sentido de humor de Elsa Schiaparelli. O fofinho do Stephen Jones confecionou os chapéus e a make up e o cabelo também não passou despercebido, com um toque de loucura que caracterizava a elegância da marca original.  Vou ficar atenta a este senhor.
 






 
E só por curiosidade, a neta da senhora Elsa Schiaparelli, Marisa Berenson, vai realizar uma venda de peças de arquivo num leilão na Christie’s em Paris e já está tudo histérico. Gostava tanto de ir. Só ver claro. Já ficava feliz.
 
 
Ou então ter um vestideco destes. Também era nice.
 
I confess that i’ve been a little distracted by my own projects and works and only yesterday, by the internet, I remembered it was haute couture week (little scream with excitement!). This is not like me at all, it’s my favorite fashion week, god damn it.
The event is still occurring, but has already created a big buzz. Some of my favorite runaways already happened, like Christian Dior and Giambattista Valli full of gorgeous gowns, Ulyana Seergenko with one more dream collection. Alexandre Vauthier with dresses with an amazing structure. Atelier Versace and Armani Prive with metalized and flying pieces. And I would totally marry in a blue sky dress by Alexis Mabille.
Now there were two houses that got noticed and origined a big noise around it. It always happens with Chanel, Karl Lagarfeld surprised everyone again, kept the show with 45 looks of reinvented classics, tweeds, transparencies, shines and luxe details that were so delicious to watch, but this time, every model wore sneakers. Yeah, sneakers. Some looks reverted to a sporty look but honestly I don’t know if it is appropriate for a haute couture collection (mixed feelings!). But who am I to criticize a veteran who turn this house upside down with his unique vision. I always imagine Lady Coco from the sky, screaming to each show, in French “nooooon”. It’s not that I don’t love him, it’s because of him that I love Chanel, just between you and me, Lady Coco only created boring collections. But, I don’t know if I would like to leave a legacy with a specific vision and a little sir change everything, everything. I never saw a brand change so much and nobody say nothing about it.
Now what really moved the panorama was the reappearing of Schiaparelli maison, that didn’t have a show since 1954 (even my father wasn’t born). One of the main names in 30’s and 40’s, was known in the industry as the rival of Coco Chanel. Known by innovative creations at the time and some extravagance, it’s a constant inspiration from the past in fashion books and in nowadays designers moodboards.
Through the years, some collaborations and exhibitions let in the air the reappearing of the brand would happen and there was a lot of rumors of who could reborn it. And finally happened, the chosen Marco Zanini, creator and founder of maison ROCHAS and with an amazing experience in brands as Versace  and D&G, opted for a collection with a nostalgic spirit, recreating known elements from Schiaparelli brand. Brocades, applications, patterns and a lot of drama. Marco admits he has contained himself to not drain a brand that has a past with infinite inspiration. They say he captured the aesthetic side of the designer very well, but more important, Elsa Schiaparelli sense of humor. The cute Stephen Jones made the hats and make up and hair did not get unnoticed with a touch of craze that defined the elegance of the original brand. I’m going to pay attention to this sir.
And just by curiosity, Elsa Schiaparelli’s granddaughter, Marisa Berenson, is going to have an auction to sell vintage pieces at Christie’s in Paris and everyone is nuts about it. I would love to go. Just to watch of course. I’d be happy.
Or to get just this dress. That would be nice too.

0 candies:

Post a Comment