Fiquei chocada e triste com uma notícia. Não fiquei admirada, até porque não sei como é que não acontece mais vezes com outras marcas portuguesas.
Os Storytailors, os queridos Storytailors declararam falência, com uma lista de dívidas que não tem fim.
Os Storytailors, os queridos Storytailors declararam falência, com uma lista de dívidas que não tem fim.
Ainda no outro dia falava com uma amiga sobre o Moda Lisboa em comparação com outras semanas da moda. Paris, Londres, New York é tudo tão virado para o lado comercial. As bancadas enchem-se de buyers, de stylists, de donos de multimarcas e celebridades (que compram mesmo peças).
Em Lisboa é apenas um evento social. As pessoas ficam muito contentes de aparecerem nas fotografias, mas se alguém quer comprar uma peça, não se faz ideia de onde nos podemos dirigir.
As lojas são sempre escondidas no bairro alto e no chiado e a relação qualidade/preço nem sempre é justa.
Em Lisboa é apenas um evento social. As pessoas ficam muito contentes de aparecerem nas fotografias, mas se alguém quer comprar uma peça, não se faz ideia de onde nos podemos dirigir.
As lojas são sempre escondidas no bairro alto e no chiado e a relação qualidade/preço nem sempre é justa.
Claro que os desfiles são expressões artísticas, compreendo isso melhor que ninguém, mas as pessoas precisam de viver, não é verdade? O objectivo é o comércio, é as colecções irem mais longe, é as pessoas quererem muito as peças dos shows e efectivamente comprarem.
Mas nas artes em Portugal, o artista vai sempre viver do ar. É quase ofensivo a quantidade de vezes que me pedem para trabalhar de borla ou por valores que não lembram nem ao menino jesus.
E agora vocês dizem "ah e tal, foi a vida que tu escolheste" como o Tony Carreira, foi sim senhora, mas se há sitíos em que as coisas funcionam perfeitamente, também acho que há esperança para o nosso país. E é isso que me faz continuar, trabalho para que um dia tenho um pinguinho ou outro de reconhecimento. Com uns trabalhos bem-pagos, com outros mais ou menos e umas borlas vou conseguindo sobreviver. Mas tenho perfeita noção que não tenho nem metade do que mereço, daquilo que dou aos trabalhos, da minha entrega e do simples prazer de gostar daquilo que faço.
E agora vocês dizem "ah e tal, foi a vida que tu escolheste" como o Tony Carreira, foi sim senhora, mas se há sitíos em que as coisas funcionam perfeitamente, também acho que há esperança para o nosso país. E é isso que me faz continuar, trabalho para que um dia tenho um pinguinho ou outro de reconhecimento. Com uns trabalhos bem-pagos, com outros mais ou menos e umas borlas vou conseguindo sobreviver. Mas tenho perfeita noção que não tenho nem metade do que mereço, daquilo que dou aos trabalhos, da minha entrega e do simples prazer de gostar daquilo que faço.
Enfim, desejo toda a força ao João e ao Luís, que mesmo com o mau bocado, decidiram pôr em acção um plano de recuperação. E aqui é que eu respirei de alívio, porque era uma pena duas pessoas com tanto talento terminarem um conceito com tanta força. Meninos, atinem, que nós gostamos tanto das vossas colecções.
Isso é mesmo uma notícia triste… Não conhecia profundamente o trabalho deles, mas já tinha visto algumas peças e são realmente talentosos! Uma pena estes cenários acontecerem... Espero que recuperem deste revés...
ReplyDeleteNão tinham hipótese de ter sucesso. Há muito tempo que se sabia que o negócio era inviável. Foram teimosos em perseguir um sonho que se sabia impossível. Pagar contas sem vender é impossível.
ReplyDeleteEram criações bonitas mas, não davam para o nosso país.